Meu Pai. Meu Heroi.




Hoje é dia do Pai, e como eu gostaria tanto de ter o meu aqui comigo. Para o abraçar e para o sentir. Embora esteja no meu coração, não o vejo, nem posso tocar-lhe e o toque é uma das maiores dádivas do amor. Ficam as nossas doces memórias que revejo como imagens nítidas que não se desgastaram com o tempo. 

Recordo as inúmeras sessões de damas em que de vez em quando eu lá arrancava uma vitória, os jogos de palavras no final de jantar e os jogos de poker sem dinheiro à mistura, apenas por pura diversão. Recordo as tardes passadas a pescar caranguejos sentados num pardão à beira rio, a pesca do camarão com redes no meio de pequenas lagoas cercadas de rochedos, a apanha da ameijoa e das lapas coladas aos rochedos, que culminavam em tainadas pela noite dentro. Recordo os piqueniques em família no pinhal, animados com gargalhadas, corridas atrás de borboletas e com o cheiro de resina colada à ponta dos dedos. Recordo os longos dias passados à beira mar com lancheiras a transbordar de groselha e de comida e mergulhos seguidos de corridas. Recordo os jantares de Natal, onde no final da noite o colo do meu pai era o lugar mais seguro do mundo e em que desejava que o caminho de casa da avó até à nossa casa nunca acabasse, para não ter que sair deste refúgio tão meu e tão especial. Recordo as viagens de carro onde o meu pai pacientemente parava o carro para que eu pudesse ir apanhar flores que ia vendo pelo caminho. Recordo o seu olhar penetrante, as cervejas no final de uma tarde de Verão, e também os passeios depois do almoço até ao café mais próximo. Momentos que não nos apercebemos na altura, mas que nos virão acariciar mais tarde, e que ficarão eternizados.   

Tenho tantas saudades tuas, meu pai. Se pudesse voltar atrás e fazer parar o tempo num momento, seria um desses em que estaria abraçada a ti e receberia um beijo teu no meu rosto e veria o teu sorriso. 

Mas o tempo não pára, por isso resta-nos aproveitá-lo bem com quem amamos, porque a vida é realmente curta e pode apanhar-nos ao virar da próxima curva. Viver cada dia como se fosse único, parece uma frase tão batida mas não é nenhuma ilusão. Um dia o que vai restar são mesmo as nossas memórias. E que sejam o mais felizes possível. Com pouco podemos fazer muito. Basta sentir e abrir o coração.

Até um dia Meu Pai.



 

 

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